Passando pelas prostitutas chinesas no final do Boulevard de la Villette, chego a Belleville e mergulho na feirinha de rua onde tudo é vendido aos gritos, por homens beduínos, bonitos com seus narizes de águia. Há lindas mulheres africanas, elegantes com seus roupões e turbantes coloridos, empurrando carrinhos de crianças que dormem, enquanto conversam em francês suave. Ao chegar na parte alta de Belleville, um bar velho e sujo com homens de cabelo branco, fumando e tomando café e cognac às gargalhadas. Busco os grafites com os olhos, enquanto os ouvidos escutam a babilônia de línguas na rua, e que me provocam dor de cabeça ao tentar decifrá-las. Um homem debruça sobre sua varanda, chorando, no terceiro andar. Há uma francesa lindíssima, contrariada, sentada no parque, ao lado dos seus pais idosos. Arranco um meio sorriso dela e ela apaga o cigarro. A paz de Parc de Belleville me faz contemplar: aprendo mais sobre este mundo em meia hora de Belleville do que no Louvre. E aprendo ainda mais sobre mim mesmo.
Pode ficar com teus museus, Paris. Prefiro bagunçar!

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